bebê canguru = bebê feliz!

Carregar meu bebê no pano era uma verdadeira obsessão pra mim desde que ela ainda estava na barriga. Para nossa outra bebê, chegamos a fazer uma oficina na França pra aprender a amarrar os panos (é que praqueles lados o uso do pano é muito mais comum, e além disso a gente morava no quartier africano, onde todas as mães carregam seus bebezucos em lindos panos multicoloridos amarrados nas costas).

Toda essa história de simular o útero pra um recém-nascido sempre fez muito sentido pra gente. Carregar Inaê no sling (um dos nomes destes carregadores de pano) desde o começo foi só uma das formas de prolongar um pouquinho mais sua vida uterina no seu primeiro trimestre aqui fora, também considerado o "quarto trimestre da gestação", ou período de "exterogestação".
Pra quem nunca ouviu falar de "exterogestação" (tudo certo, a gente também nunca tinha ouvido até pouco antes da Inaê nascer!), vale a pena dar uma olhada nos vídeos do dr. Karp. As "técnicas" da exterogestação pra acalmar o bebê deram muito certo aqui em casa nos primeiros meses! E o sling fez parte disso.
Aliás, diga-se de passagem: Inaê nunca teve cólica de recém-nascido, e estou convencida de que esta nossa proximidade quase permanente nos primeiros tempos contribuiu bem pra isso.

Outra coisa legal do sling é que não só a mãe, mas também o pai (e avó, e avô etc.) pode carregar o bebê nesse "útero" de pano, e assim o bebezinho também vai fortalecendo esses outros vínculos.

Pra mim, a principal vantagem do pano é mesmo essa intensa (e necessária) proximidade com o bebê muito novinho - ou até maiorzinho também, por que não?

Mas tem outras vantagens, como:

- deixar as mãos livres pra fazer tarefas cotidianas (inclusive comer - muito útil usar sling em restaurante, por ex.)

- deixar as mãos livres pra segurar objetos, bolsas etc. (ótimo na hora de sair de casa)

- poupar seus braços (quando é pequenininho tudo bem carregar no braço, mas deixa o bebezinho começar a crescer e engordar pra você sentir o peso nos seus braços, ombros, costas etc.)

Tem vários tipos de pano, inclusive sem ter este nome de sling nem precisar de "técnicas" mil. Na verdade, desde tempos imemoriais povos ao redor do mundo inteiro vêm usado carregadores de pano para levarem seus bebês de modo mais seguro e prático. Nossa cultura de matriz européia é que começou com esta história de separar o bebezinho do corpo da mãe, colocando em berço ou carrinho...
Pra quem quer conhecer mais, recomendo a página da espanhola Rede Canguru (Red Canguro) - cujo slogan "bebés en brazos, bebés felices" inspirou o título deste post - ou nos blogs da Tati (MãeGuru) e da Maristela (BsBSlings), que fizeram nossos dois slings!

Dois? É, isso mesmo, aqui em casa uso tanto pra sair que tenho dois: um de argola (verde) e um de amarrar, o chamado wrap (rosa). Na minha experiência, o wrap foi muito bacana nos 3 primeiros meses da Inaê, pois aconchegava mais. Nessa idade, ela só ficava na posição de "bebê-sapinho" (a mesma que a gente coloca bebê pra arrotar).

Só que, quando fez uns 3 meses e meio, ela simplesmente não queria ficar de jeito nenhum nessa posição. Afinal, ela tinha passado a querer ver o mundo, uai! Coisa demais pra ver, cada pequeno detalhe é uma infinita descoberta! Então tive que passá-la pra posição sentadinha de frente, tipo "bebê-lotus".

Aí tanto faz usar o wrap ou o de argola, na minha opinião ambos são muito legais pra posição frontal (descobri que as slingueiras têm várias controvérsias em relação a esta posição, algumas dizem que é estímulo demais, outras que tem que esperar o bebê sentar sem apoio etc.)

Nessa época comecei a usar bem mais o de argola, pois ele já fica "montadinho", é só vestir e colocar o bebê, portanto bem mais rápido e fácil, bom pra quem começa a sair mais.

Mais recentemente, com a Inaê crescendo, passei a colocá-la na posição virada pra mim ou de lado (mais ou menos como a gente segura um bebê do tamanho dela no braço, só que quem carrega por mim é o sling). Essa é uma boa posição pra voltar a usar mais o wrap, então recomecei a usar ambos nas saídas de casa.

Admito que carrinho de passeio é legal e tem seu momento (e a Inaê gosta muito de passear!). Já o famoso "bebê-desconforto" não adianta, não gosto mesmo, acho um trambolhão: aqui em casa é só pra cadeirinha do carro.

Agora, sinceramente, não tem nada como o colo, o cheiro e o calor da mamãe (ou do papai) pro bebê ficar feliz e receber muitos beijos e carinhos, além de ser bem mais prático que o carrinho em muitos momentos.

Então, viva os carregadores de pano! E acima de tudo: viva a ancestral sabedoria de carregar o bebê junto ao corpo, facilitando a vida e fortalecendo os vínculos!

PS importante atualizado muitos meses depois: nas fotos acima em que apareço com o wrap, eu ainda estava no comecinho do uso e não estava vestindo direito como deve ser, pois ele deve vestir os ombros, para distribuir melhor o peso (como a Inaê era muito pequenininha, menos de 3 kg nesta época, não fazia tanta diferença usar assim, porém depois fez e aí aprendi a usar bem). A foto do uso com a distribuição melhor é a do Angel, ou então nestas fotos aqui, usando na nossa primeira viagem de avião (por sinal, wrap é ótimo pra viagem de avião, ficar com o bebê junto ao corpo enquanto tem que fazer todos aqueles deslocamentos e procedimentos de aeroporto - fantástico!)