OBS: a série de imagens acima (que ficaram lindas!) são da campanha do movimento ILC, passa lá pra se informar mais!
Querida equipe da escola (direção + educadoras):
O Dia das Crianças se aproxima e com ele os inescapáveis apelos ao consumismo desenfreado. Crianças ainda muito novinhas são convencidas de forma massiva de que precisam ter o último modelo do brinquedo x ou y... A data se torna mais um pretexto para que pais, avós, padrinhos etc. comprem mais e mais objetos que se acumularão no quarto de nossas crianças.
O Dia das Crianças se aproxima e com ele os inescapáveis apelos ao consumismo desenfreado. Crianças ainda muito novinhas são convencidas de forma massiva de que precisam ter o último modelo do brinquedo x ou y... A data se torna mais um pretexto para que pais, avós, padrinhos etc. comprem mais e mais objetos que se acumularão no quarto de nossas crianças.
Porém,
sabemos que na verdade o que a criança quer é a vivência da
brincadeira, é a companhia, atenção e interação com
outras crianças e/ou adultos, é o tempo e disponibilidade
para que possa brincar e que possam brincar com ela.
A
publicidade infantil é mestra em vender brinquedos como se o objeto
material equivalesse a tudo isso, e por isso as crianças apresentam
tantos desejos e pedidos, às vezes dando os famosos chiliques de “eu
quero”... (psicólogos chamam isso de "pedido deslocado",
pois ela queria não o objeto em si, e sim presença, atenção,
disponibilidade...)
Entendemos
que a escola não procura estimular esse consumismo, pelo
contrário. Percebemos cotidianamente nesta escola o incentivo e
valorização do puro brincar, muitas vezes utilizando só a
imaginação e criatividade dos pequenos, ou propondo
atividades diferenciadas como plantio de sementes etc.; além de
práticas de socialização de brinquedos; confecção
de brinquedos com sucatas e
outros materiais, feitos pelas próprias crianças; entre
outras...
Porém,
as crianças trazem de casa seus modelos de socialização, e
continuamente repassam aos coleguinhas estes apelos de consumismo que
tanto assediam nossos pequenos.
Conversamos
sempre com nossa filha para mostrar que o dia das crianças pode e
merece ser lembrado, porém não precisa ser sinônimo de compra de
brinquedo.
Todos
podemos e devemos celebrar a infância, esta fase mágica e única da
vida, de muitas formas variadas. O dia (ou semana, ou mês, ou todo
instante!) das crianças pode ser comemorado com muitas brincadeiras,
teatro, música, contação de histórias, confecção de brinquedos
etc., e não obrigatoriamente com ganhar presentes e lembrancinhas.
Gostaríamos
muito de contar com o apoio da escola - pois, após a referência
principal da família, a escola é com certeza a segunda referência
mais importante na vida de nossa filha!
Propomos
que estas questões sejam abordadas e problematizadas coletivamente
com os pequenos (do modo que as educadoras julguem mais adequado à
idade das crianças). Mesmo sendo tão novas, as crianças serão
capazes de elaborar e absorver tudo o que conversamos com eles.
É
importante mostrar e discutir com eles que não
é preciso possuir o brinquedo para se
divertir com ele.
Criança
gosta da novidade, não do brinquedo novo em si! Aliás, o brinquedo
pode até já ser usado, mas será novo para aquela criança... É
por isso que as crianças se interessam e desfrutam dos brinquedos
socializados no “dia do brinquedo” na escola - mas no fim do dia
não precisam ir pra casa com eles.
As
crianças também desfrutam dos brinquedos, livrinhos e espaços de
brincar da escola, assim como existem outras possibilidades parecidas
para desfrutar sem precisar “levar pra casa”, como
brinquedotecas, parquinhos, bibliotecas infantis etc. Outra
possibilidade bacana é participar de feiras de trocas de
brinquedos e livrinhos infantis (em Brasília já aconteceram
algumas)
Enfim,
muitos temas e ideias que vale a pena debater com nossas crianças!
Estou
à disposição para conversar mais, ou melhor ainda, podemos
conversar no coletivo, e propor uma atividade de reflexão
conjunta com presença de outros pais e educadores, pois somos
nós todos juntos os principais responsáveis hoje pela formação
destes cidadãos conscientes no amanhã.
Esperando
continuar no debate, agradeço muitíssimo a atenção de vocês.
Gabriela (mãe da Inaê)
Gabriela (mãe da Inaê)
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