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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Nascer em casa: a opção pelo respeito e pelo amor

(Trechos extraídos do livro A maternidade e o encontro com a própria sombra, de Laura Gútman)


O PARTO COMO DESESTRUTURAÇÃO ESPIRITUAL

"Para que o parto aconteça, é necessário que o corpo físico da mãe se abra para deixar passar o corpo do bebê, permitindo certo rompimento. Quando elevamos nosso pensamento, podemos perceber outro rompimento que também se realiza, agora em um plano mais sutil, e corresponde à nossa estrutura emocional.


Há um "algo" que se quebra ou se desestrutura para possibilitar a transição do "ser apenas um para ser dois".






 É uma pena que atravessemos a maioria dos partos com uma consciência precária a respeito de nossos poderes e limitações, pois vivê-los plenamente nos permitiria também nos quebrarmos por completo. Porque o parto é isso: um corte, uma abertura forçada, semelhante à erupção de um vulcão que geme a partir das entranhas e que, ao expelir suas partes mais profundas, rompe necessariamente a aparente solidez, criando uma estrutura renovada."



"Atravessar um parto é se preparar para a erupção do vulcão interno, e essa experiência é tão avassaladora que requer muita preparação emocional, apoio, acompanhamento, amor, compreensão e coragem por parte da mulher e de quem pretende assisti-la."



"Para entrar no túnel da ruptura, é indispensável abandonar mentalmente o mundo concreto. Porque parir é passar de um estágio a outro. É um rompimento espiritual. E, como todo rompimento, provoca dor.


O parto não é uma enfermidade a ser curada. É uma passagem para outra dimensão.

 
Pois bem, isso só é possível quando alguém nos apoia. Quando contamos com um acompanhamento amoroso por parte de um profissional ou de um ser querido disposto a nos olhar e a se colocar a nosso serviço."




"Só com amor uma pessoa pode se introduzir em uma viagem ao desconhecido, chegar a um limite imaginário entre vida e morte e se atrever a se atirar."




NASCER NA ÁGUA

"A água é a mãe.
O bebê andou por ali durante nove meses nadando em suas águas. A sensação sempre prazerosa de estar dentro da água é a de estar dentro da mãe. "A água nos permite voltar para casa", ao grande ventre original.






A água nos ampara, nos acalma, nos abriga. E as crianças em particular têm dela uma recordação mais fresca e tenra, uma vez que a vida intrauterina ainda é palpável.


A água aquieta o tempo e o espaço, abafa os sons potentes, é feminina e envolvente, acaricia e protege. A água nos concede uma percepção física de bem-estar e uma sensação de liberdade. Submergir em um elemento no qual a força da gravidade é contrastada por outras forças fluidifica os movimentos e os pensamentos."













































2 comentários:

  1. Lindo!
    Tive um PD faz 10 dias! Vivi tudo isso que vc descreve aí... Inexplicável!
    Parabéns pelo blog. Não deixe de postar quando tiver tempo. Estamos aqui para assisti-la.
    Te achei por conta do post sobre amamentação em livre demanda. Li o que realmente estava precisando no momento.
    Gratidão, querida! És iluminada

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  2. Grata querida! O bloguinho tem andado meio abandonado mesmo... um dia, com os filhos cada vez mais independentes, ele retoma.
    Quanto à descrição, não é minha... não consigo exprimir em palavras os partos dos meus filhos, então me valho de imagens, e das palavras de outros. Neste caso, da Laura Gutman: precisa e poderosa. Bjs pra vc e pro bebê!

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